Poetizar

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Às vezes faço versos, às vezes me faço versos!

domingo, 12 de agosto de 2012

Sou negra

Sou negra.
Trago na pele uma mistura da noite.
Tenho no olhar o brilho intenso das estrelas.
Na essência do Ser que sou trago a doce magia de ter sido concebida numa noite sem luar.
Uma mágica explicação para ter uma cor tão misteriosa
Concebida no seio da noite que envolvia os amantes (meus queridos pais, que foram casados por 21 anos até que a morte os separou).
E que me fizeram esse Ser que sou/ Negra/Bela/Negra...



Jacinta Santos
06/08/12

Encontro matreiro


Encontro matreiro

Uma rápida passada de língua nos lábios

Denuncia o encontro aguardado.

Ele apressa o passo na esquina.

Ela desliza fresquinha...

Vai em busca de saciar seu prazer.

Ouve-se um estouro de lâmpada quebrando,

O amante prepara o local para receber a amada.

Ela apressa o passo, ele a puxa para o escuro do muro.


Perdem-se um nos braços do outro...

A saia levantada, os suspiros profundos.

Retirado: recados10.com.br

 

A calça abaixada, a pressa da entrega.

Os corações batendo em descompassos

Os corpos sedentos de prazer

Entregues as delícias carnais

Lábios inchados... Roupa arrumada.

Cada um foi para um lado

Com outro encontro marcado.




Jacinta Santos 
07/08/12

Fotografias

Vista do Rio Branco da Orla Taumanan

 

Hoje passeio por nossos passos.

Sinto teu cheiro...

Ouço teu riso...

Começou a chover...

Uma chuva forte com vento.

A praça estar linda toda molhada.

A água do rio dança com o vento

Recepcionando os pingos da chuva.

Olho para o lado e nos vejo sentados

Apreciando a água do rio...


Sinto você tão presente...

 

Sinto sua energia...

Sinto tanto tua falta nesse momento

Que respirar inflama meu coração

Que estar tão dolorido...

Passa a chuva...

Eu escorada em uma barraca da praça

Pego o meu capacete e saio...


Vim aqui fotografar

Só lembrei-me de você por que

Passeei pelo nosso último passeio.

As fotografias ficaram lindas.

 

As que tirei...

E as que registrei aqui dentro de mim.

 

 




Jacinta Santos
11/08/12

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Não tem mais poesias

Retirada:emteusversos.blogspot.com

 

Dos dias de ausência

Só restaram as folhas em branco.

O lápis antes tão usado, onipresença.

Traz a ponta quebrada no canto do banco.

 

O vento balança as cortinas.

A poeira na velha escrivaninha.

O desbotar das páginas

Denunciam o abandono das linhas.


Não tem mais poesias.

Dos dias de ausência

Só restaram melancolias.


Acabou a inspiração

Nos dias de ausência

Daquele coração.




Jacinta Santos
01/08/12