Poetizar

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Às vezes faço versos, às vezes me faço versos!

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Meu Porto

 

Naveguei em águas calmas, sentimentos ao vento...
Uma viagem-reflexão por águas vividas na minha jornada-vida...
Meu turbilhão de sentimentos deslizou nas águas do meu rio, foi encontrar meu mar... meu lar...
Em meio ao barco de vela, sentimentos alvoroçados, firmo meus pés e a viagem segue...
O vento açoita minha face, liberdade, liberdade...
Braços abertos para um abraço existencial
Desliza meu barco valente, vai cortando as águas da minha imensidão...
Uma virada nas velas e lá vou de encontro a um turbilhão de emoções.
Navego em águas turvas que causam a minha solidão,
Meus olhos não resistem ao encontro e se lavam nas águas turvas dessa emoção.
Meu barco é valente e desliza para outras águas, deixa a solidão para trás,
Mas caímos nas águas doloridas da saudade. Aí que maldade!
A saudade é tanta que apeta aqui do lado esquerdo, é muita dor.
Saudades de quem foi morar no céu, no exterior, no estado vizinho, na cidade vizinha,
Na rua de cima, na rua de baixo, no outro bairro...
Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaah! Saudade dói. Grita meu coração.
Melancolia me faz companhia enquanto meu barco desliza nas águas doloridas
Das saudades que trago em mim.
Viro vela! Amarro vela! Solto vela! Barco me leva logo para meu mar, meu porto, meu lar...
As corredeiras do meu rio me jogam nos braços da desilusão.
Atrevida me tira para dançar, rodopios aos sons das águas correntes.
Desilusão não quer me soltar, valsando, valsando, valsando...
Inconstante sem medidas. Beija minha face, abraça apertado, esbofeteia minha face,
Escarra em minha cara... que atrevida...
Dá gargalhadas do meu sonhar... do meu acreditar...
Pisoteia meu coração valsando em seu mais nobre salão.
Na triste certeza da desilusão observo meu barco a balançar,
Velas soltas e descontroladas, preciso meu remo alcançar e aprumar...
Meu barco é valente e me joga em outras águas...
Meu rio desagua em meu mar...
Estou nas doces ondas da esperança,
Que me convida a sonhar, de novo acreditar...
Encontro meu porto, meu lar...
Terra firme, pés no chão e coração em todos os lugares.
Abraço meu ser existencial, sou conhecimento universal, sorrio e sigo... 

Jacinta Santos - 08/12/2020

Jacinta Santos (Arquivo pessoal)