Poetizar

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Às vezes faço versos, às vezes me faço versos!

quarta-feira, 5 de junho de 2019

Assassinato do amor

Então foi isso, um belo dia matei o amor que sentia por ti.
Chorei dias e noites  infindáveis... Findaram.
Porque o tempo, esse senhor que manda nos corações sofredores, passou.
Acordei feliz, arranquei meu coração que te amava e rasguei,
O amor que sentia por ti lutou bravamente para continuar em mim, mas venci.
Joguei cada pedaço em lugares diferentes e distantes para não correr o risco de porventura dessa do destino se encontrarem novamente e o amor voltar.
Se é para matar um amor que seja um crime perfeito, pensei.
Em cada gota de sangue do coração despedaçado assisti como a um filme o amor passar em forma de sussuros...
Arrepios na espinha,
Os sorrisos mais lindos que a ti dediquei,
Minha vida em tuas mãos.
Li em um dos pedaços de coração todas as juras de amor.
Outro simplesmente levou todas as poesias que fiz, as mais belas didicatórias.
Sim, matei o amor que sentia por ti.
Condenação perpétua para uma assassina de amor.
Condenada a sorrir para essa mulher de luz radiante que o espelho apresenta a mim todas as vezes que o encaro de frente.
As alegrias do novo coração que nasceu em meu peito são por comemorar a liberdade de escolher amar primeiro a mim e depois...
Agora é seguir leve, preparada para novas descobertas, sem culpas.
Matei para ser livre, porque amar sozinha é só amargura e dor.
Quero um amor que me queira como seu amor.

Jacinta Santos
05/06/2019






domingo, 2 de junho de 2019

Jogo de conquista

Amei
Primeiro, amei  teu olhar que mesmo de longe dançava para mim, me olhava faceiro;
Segundo, amei teu riso solto que entre timidez e audácia sorria pra mim, foi certeiro;
Terceiro, amei teu gesto solto que arrumava os cabelos jogando charme pra mim, meu olhar preso a ti;
Quarto, amei  teu andar pelo salão buscando o melhor ângulo para me observar, mudei de lugar testando-te;
Quinto, amei cada música tocada pela orquestra como um convite a nós para dançarmos, tentação de agarrar-me a ti;
 Sexto, amei  e dancei em braços soltos, queria a prisão do teu abraço;
Sétimo, amei levantar o babado da saia e prender teu olhar e respiração, pura sedução;
Oitavo, amei embriagar-me na magia do teu jogo de conquista, prendeu minha atenção;
Nono, amei ser seduzida, respiração ofegante, lábios úmidos, ávidos por um beijo teu;
Décimo,  amo não recordar em qual parte da paquera me joguei nos braços teus,  dançamos a última canção do baile e num gesto atrevido, logo na despedida, retirou a luva de minha mão e a beijou com sofreguidão.
Jogo de conquistas, o ano era 1986

Jacinta Santos 02/06/2019