Poetizar

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Às vezes faço versos, às vezes me faço versos!

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Já amou? Ama?

Quantos beijos para saber se é amor?
Em quantas línguas para dizer "eu te amo?"
E o olhar? diz- se "eu te amo com o olhar?"
Diz- se "eu te amo!" na leveza de um riso tímido? 
Diz- se "eu te amo" com uma mordida saliente no lábio, 
daquelas de encher a boca de saliva?
Como saber se é amor?
É mais difícil saber se é amor ou saber se é amado?
Quer todas as declarações de amor iguais as que você faz ou tanto faz? 
O que vale é se declarar?
O que sabe- se do amor?
Você já amou? Ama? 
Foi amado? Você correspondeu?
E se não foi amor?
Já fugiu de um amor?
Um amor já fugiu de você?
Amou arrebatadoramente da janela aquele amor que passa todas as tardes num caminhar faceiro?
Já amou teu amor numa noite de luar entre o milharal que fica no fundo do quintal?
Amor, luar, amar, penso que combina com milharal... não sei o porquê... só combina
Pensou nas perguntas lá de cima?
Nem precisava, o que vale mesmo é amar, amar e amar...

Jacinta Santos

15/10/2020



quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Lençóis de Cetim

 Lençóis de cetim 

O quarto não era de um motel luxuoso,

A decoração rústica e simples...

Seu amado sorria sem jeito,

Sabia que não estava oferecendo coisa boa.

Mas está com ele era seu sonho dourado...

Entre beijos e abraços, a presença da pressa...

Frustação!

Não teve amor, foi tudo uma questão de saciar o macho...

Peito sangrando! Dor! Desilusão!

Não existia um príncipe, aliás, príncipes nunca existiram.

Recolheu sua dor, guardou seu amor...

E viu o gosto de seus beijos ser lavado na boca dele por uma tragada e outra de cigarro.

 

Jacinta Santos

25/10/2014

 

 Batom e bolsa vermelha



Arquivo pessoal - Jacinta Santos

Pegou distraída a calcinha que estava jogada no chão.

Olhou a sua volta, o restante da roupa estava espalhada pelo quarto.

No peito um vazio enorme, uma escuridão de causar arrepios.

Na cama um homem ressonava tranquilamente.

Já não lembrava seu nome, já fazia parte do vazio e da escuridão.

Mandava pra lá tudo o que não queria lembrar.

Os clientes, o preconceito, a indiferença e a solidão.

Terminou de vestir a roupa, no espelho do banheiro

Passou um batom vermelho, sacudiu os cabelos cacheados.

Passou pela cama e olhou para homem que ficaria sozinho,

Pegou a bolsa vermelha e saiu...


Jacinta Santos, o ano era 2012/26/07
Poesia postada no Recanto das Letras
https://www.recantodasletras.com.br/escrivaninha/publicacoes/index.php

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Vulcão

 Quando teu olhar quente penetrou minha íris e incendiou meu coração

Sabia naquele instante que era amor

Quando tuas mãos em forma de lavas atiçaram minha pele sugando- me para a tua 

erupção

Entreguei- me ao momento sem pensar na dor

Tornamos- nos  as labaredas adormecidas de um vulcão chamado amor 

Tempo que passou, te deixou, me amou...

Tempo que tornou a passar, te levou, me deixou ...

Tempo que passa devagar, não te traz de volta, não me leva embora...

Queimou, queimou todo o nosso amor

O ventou puxou a fumaça pelo braço, dançou, dançou, dançou...


Não restou nada daquele que foi um grande amor 


Queimou, acabou, virou fumaça que o ventou levou


Até o pote de barro que guardava a cinza quebrou


A cinza voou, o pote quebrou, acabou o amor 

 

Jacinta Santos
09/09/2020